quarta-feira, 18 de julho de 2012

Região cacaueira pode ter sido atingida por uma nova praga



Um técnico que integra a equipe que analisa a carga de cacau que está retida no Porto de Ilhéus, no sul da Bahia, por conter insetos vivos, fez uma importante denúncia sobre como estão sendo analisadas as importações que chegam ao país.

De acordo com a fonte, que solicitou anonimato, é possível que a região cacaueira já esteja com alguma praga disseminada que ainda não foi detectado, uma vez que as cargas de cacau chegam sempre em grande volume e não ganham os cuidados necessários.

Em 2011, o Ministério da Agricultura divulgou uma Instrução Normativa alterando a forma como era analisadas a entrada de importações no país. Deixando assim, o país vulnerável a entrada de outras doenças, que podem mais uma vez, afetar a produtividade do cacau.

Veja abaixo o relato do técnico na íntegra.
 
O Departamento de Sanidade Vegetal (DSV) ligado a Secretária de Defesa Sanitária (DAS) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) está jogando todas as cartadas agora contra a Uvagro Ilhéus, como se nós tivéssemos culpa da merda que está aí.

Agora eles têm que dar uma resposta à Nestlé, se devolve, se destrói ou se faz um tratamento quarentenário. Dá respostas à Ceplac, porque passou por cima de tudo e de todos em suas decisões quando elaborou e ainda induziu o Ministro de Estado da Agricultura a assinar a IN 47/2011, baseado em um simples parecer de um FFA (Fiscal Federal Agropecuário) que visitou uma pequena propriedade de cacau na região de San Pedro na África Ocidental, desqualificando umas Análises de Risco de Pragas, realizada por equipes de técnicos multidisciplinares de larga experiência na cultura do cacau, em ervas daninhas e nos trânsitos internacionais de commodities.

Cadê a Nota Técnica elaborada por FFA's pesquisadores da Ceplac e FFA da SFA/BA (Superintendência Federal da Agricultura), onde foi colocado de maneira bastante técnica e pontual sobre os riscos de introdução de pragas exóticas no território brasileiro, haja vista serem importadas cargas grandes de difícil controle?  A IN 47/2011 extrapolou decisões de ordem técnica e fitossanitária para os países de Gana e Indonésia.

No momento que o MAPA, liberou geral as importações de cacau, sem uma vigilância na origem, sem precisar ter permissão de importação, sem precisar mais queimar as sacarias usadas, sem os tratamentos quarentenários adequados para diminuir ao máximo os riscos e outros, é claro que uma situação desta estava claro que iria acontecer só que ocorreu mais rápido que imaginávamos.

Oito meses após a edição da IN 47/2011, é possível que a região cacaueira já esteja com alguma praga disseminada que ainda não foi detectado, porque é difícil serem detectadas na chegada, em virtude das cargas de cacau apresentar sempre grandes volumes.

As instituições e os segmentos ligados à cacauicultura precisam se movimentar, inclusive para que o MAPA coloque no DSV técnicos compromissados realmente com a defesa vegetal, revogue a IN 47/2011, que é maléfica não só para o cacau, mais para outros cultivos, como: cana de açúcar, milho, soja, fumo, pastagens em geral, trigo e outras.

Cadê a denúncia do IPC (Instituto Pensar Cacau), direcionada a Ouvidoria do MAPA? Agora está na hora de se fazer carga, mostrando quem estava certo, esta turma do mal está brincando com fogo.

A AIPC (Associação de Indústrias Processadoras de Cacau) até o momento não se manifestou, deve ser porque a Nestlé não faz parte dela, mais pode acontecer com qualquer importador a mesma situação ou pior.

O DSV acabou com as missões de fiscalização na Argentina e hoje o MAPA está com uma bomba de efeito retardado na mão, está aparecendo Cydia Pomonella até no Nordeste. O Ministro tem que frear esta turma do SDA, DSV e outros, acabar com esta velharia que só quer ganhar comissão e gratificação. Estou triste e indignado com o que está acontecendo. 

FONTE: MERCADO DO CACAU

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