O aluno pode faltar,
mas simplesmente leva falta. Quem de fato faz falta quando não vem é o
professor, o mestre, o educador de fato, e não apenas de direito.
Às vezes é só por um dia, por um motivo qualquer. Ás
vezes é por um período maior devido a um recesso previsível ou algo de duração
inimaginável. Mas seja qual for o tempo que se passa sem o professor, a sensação
com que ficamos é uma só: de perda. A de que faltou alguém para nos passar
conhecimento, nos fazer refletir, questionar, desenvolver nosso intelecto.
Perdemos uma oportunidade de evoluir porque faltou o professor. E como ele faz
falta!
E foi justamente a sensação de
perda de um professor o argumento mais tocante - seja no sentido musical como
no sentimental - de uma obra, primeiramente em livro e depois em filme, que foi
uma das que melhor exaltou a importância do professor: “Ao Mestre com Carinho” (To Sir With Love). A envolvente história
de um engenheiro negro interpretado por Sidney Poitier no auge de sua carreira,
em 1966, que, desempregado, foi parar na periferia de Londres para dar aula a
uma turma rebelde que já havia acabado com a carreira dos professores que o
antecederam na escola secundária. Com certeza porque, ao contrário do mestre,
não tinham o sangue de professor correndo nas veias.
Mas o que é “ter sangue de
professor correndo nas veias”? É algo que realmente vem do coração. Trata-se do
mais nobre de todos os sentimentos, o amor, a entrega de corpo e alma ao
sacerdócio do ensino. É a obediência à espiritualidade superior que recomenda
amar irrestritamente a todos, inclusive aos inimigos. E inimigo é o que não
falta na escola onde o mestre entra em cena.
Professor é pro, de profissional. É prof,
abreviatura de quem tem uma ampla abrangência de conhecimento para transmitir,
tanto ao vivo, no presencial, como a cores, no ensino a distância. Professor é
aquele que professa ou ensina uma ciência, uma arte, uma técnica, uma
disciplina. É o perito ou o capacitado, aquele que confessa publicamente as
verdades. Que professa os princípios que norteiam suas ações. Aquele que faz
parte não só do corpo docente de uma instituição de ensino, como também do
professorado, categoria representativa dos professores, também chamada de
magistério.
Honrar um professor ou uma professora é o mesmo que honrar
nosso pai e nossa mãe. Separar-se de um professor é experimentar o forte sentimento
manifesto na letra da música do filme que tão bem exalta o mestre, quando no
final todos os alunos - inclusive aqueles que eram os mais rebeldes - se reúnem
para homenageá-lo: “Chegou a hora/De fechar os livros/E os olhares demorados
devem acabar/E enquanto eu os deixo/Eu sei que estou deixando meu melhor
amigo/Um amigo que me ensinou o certo do errado/E o fraco do forte/É muito para
aprender/O que, professor, o que eu posso lhe dar em troca?”
Para todos os mestres, muita gratidão e muito carinho.
Prof. Ed Brasil
Negociações
Internacionais pela UESC.
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