Segundo "Veja", filho lobista da ministra seria o articulador: "minha mãe resolve"
Brasília. Conhecida por ser "braço direito" da presidenciável Dilma Rousseff (PT), a advogada Erenice Guerra, sucessora da candidata petista no comando da Casa Civil, é acusada, em reportagem da revista "Veja" desta semana, de montar no Planalto uma central de lobby que cobraria propina de 6% de empresários interessados em fechar negócios com a União. A reportagem revela que o filho de Erenice, Israel Guerra tornou-se um próspero consultor.
Segundo a reportagem, Israel operou, pelo menos, a concessão de um contrato de R$ 84 milhões para um empresário do setor aéreo com negócios com os Correios. Chamada de "taxa de sucesso", o valor de R$ 5 milhões.
Em abril de 2009, o empresário Fábio Baracat, dono de uma empresa de transporte de carga aérea queria ampliar sua participação na estatal. Para obter sucesso, teria procurado consultores ligados a Erenice e feito o canal com Israel.
No contato, obteve a certeza de que o negócio sairia. "Bastava pagar", teria relatado Baracat. Nos acertos seguintes, Israel mostrou que o sucesso dependia de Erenice. "Minha mãe resolve", teria dito o filho da ministra.
Resposta. Por nota, Erenice rebateu as denúncias e informou que estão à disposição seu sigilo fiscal, bancário e telefônico, assim como o de seus familiares. Segundo ela, a matéria é "caluniosa".
A ministra questionou ainda a motivação de "Veja": "Lamento que o processo eleitoral, no qual a citada revista está envolvida da forma mais virulenta e menos ética possível, propicie esse tipo de comportamento".
“Maracutaia”
Segundo tucano, Casa Civil é foco de corrupção
Goiânia. A oposição, de pronto associou a nova denúncia contra a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, à adversária Dilma Rousseff (PT). O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, considerou “gravíssima” a denúncia da revista “Veja” sobre tráfico de influência do filho da ministra. Para Serra, a Casa Civil é um “foco de corrupção”.
“Eu achei uma denúncia gravíssima. O Brasil tem que mudar e a hora é agora, nas eleições”, disse o tucano, emendando: “Não é possível que algum partido ache natural essa corrupção. E não é. A Casa Civil é um foco de corrupção”.
Lembrando que foi na gestão do ex-ministro José Dirceu no ministério que surgiu o escândalo do mensalão, Serra afirmou: “E agora volta a ser um centro de maracutaia. Tem que ter punição”.
O candidato a vice do tucano, Indio da Costa (DEM), também associar Erenice à presidenciável adversária. “A Erenice trabalha para quem? A Erenice não existe, Erenice é a Dilma. A democracia está ameaçada com esse nível de vale-tudo, de tanto faz: é quebra de sigilo, distribuição de recursos agora”.
Publicado em: 12/09/2010
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