quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Erenice cai e reacende esperança da oposição

17/09/10 - 00:00 > POLÍTICA

Da esquerda para direito, três integrantes  do time de Lula, só goleiam em cima do seu dinheiro!


BRASÍLIA - A queda ontem da advogada Erenice Guerra do cargo de ministra-chefe da Casa Civil, sob suspeita de tráfico de influência e lobby, reacendeu as esperanças da oposição de levar a disputa presidencial para o segundo turno. Até ontem o DataFolha confirmou o favoritismo da candidata do PT, Dilma Rousseff, com 51% das intenções de voto, sem ter sido afetada pelas denúncias de quebra de sigilo dos tucanos nem pelas primeiras acusações contra a ex-ministra.



Sucessora da própria Dilma na Casa Civil e vista como seu braço direito, Erenice não resistiu às denúncias que envolvem seu filho, Israel Guerra, e pediu demissão, após ser visitada ainda em casa, pela manhã, pelo ministro Franklin Martins, de Comunicação, que aconselhou a saída. Assume o cargo interinamente o secretário executivo da pasta, Carlos Eduardo Esteves Lima.


Especulava-se que Lula anuncie nos próximos dias a nomeação de Miriam Belchior, subchefe de Avaliação e Monitoramento, como nova ministra. Integrante da equipe de Dilma na Casa Civil, ela coordena as ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas ela teria perdido força para o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.


"Foi erro do PT achar que a eleição estava ganha 30 dias antes de sua realização", afirmou ao DCI o líder do DEM na Câmara dos Deputados, Paulo Bornhausen (SC). Segundo ele, a candidata caiu na preferência dos brasileiros em Curitiba (8%) e em Santa Catarina (12%), com base em pesquisas eleitorais recentes.


"Este é o governo mais corrupto da história do Brasil", atacou Bornhausen, ao avaliar o que, para ele, significa a saída da ex-ministra e pessoa de confiança da candidata do PT. "Como o presidente [Lula] costuma dizer, 'nunca antes neste País' se roubou tanto". Disse ainda que a informação da denúncia contra a ex-ministra "é a pior possível, porque o governo começa e termina com corrupção".


Para Bornhausen, o presidente Lula devia ter demitido a funcionária, não devia ter esperado que ela se desligasse do cargo. Ele chegou a falar da possibilidade de convocar Erenice e a candidata Dilma entre o primeiro e o segundo turno para prestar esclarecimentos sobre o caso no Congresso Nacional e espera que a Procuradoria Geral da República mude a posição, anunciada anteontem, de não investigar a ex-ministra.


O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, disse que a saída de Erenice, após denúncias de suposto tráfico de influências, não é uma questão eleitoral, mas está ligada aos rumos do Brasil. "Não são, não [denúncias de caráter eleitoral]. A prova é que o governo teve de afastar essa todo-poderosa ministra", afirmou Serra em Campinas, no interior paulista.


Serra disse que seus adversários usam o tom eleitoral como pretexto para desviar a atenção dos escândalos. "Até ontem estavam dizendo que era uma jogada eleitoral. Estavam procurando jogar areia nos olhos com essa história", disse o candidato.

Já o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse ao DCI que Erenice nunca se submeteu a lobby nem a ninguém. Ele considerou que a renúncia da ex-ministra foi para defender ela e a família, conforme afirmou na nota de seu afastamento.


"Sou solidário a esta posição e ao mesmo tempo parabenizo o governo e o presidente Lula por saber contornar pequenos e grandes problemas", afirmou. Com relação à oposição, disse que a renúncia ocorreu porque Erenice tem "culpa no cartório", e o deputado rebateu: "Quem vai confirmar são as investigações, mas o acusado é o filho, não ela".

Tendência a esquecimento

Na avaliação do cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB), os escândalos que rodeiam Dilma não vão causar danos à sua candidatura. "A 17 dias da eleição, dá bastante tempo para todo mundo esquecer deste caso", prognosticou.

Fleischer lembrou que a pesquisa do DataFolha perguntou sobre a queda de sigilo fiscal da filha e do genro do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, e apenas 12% se declararam informados sobre o assunto. "Apenas algumas pessoas, no estrato mais alto educacional e de renda, trocaram suas opiniões sobre Dilma", disse o cientista.


As denúncias não haviam ainda sequer arranhado a candidata do PT, protegida por blindagem montada em torno de si pelo governo e por seu cabo eleitoral, o mais forte do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


A pesquisa pelo Instituto DataFolha, realizada entre os dias 15 e 17 de setembro, mantinha a petista com 51% das intenções de voto. Assim, venceria a eleição no primeiro turno se o pleito de 3 de outubro fosse hoje. Segundo os dados divulgados ontem, a petista tem 51% das intenções de voto, contra 27% do candidato do PSDB e 11% de Marina Silva, do PV.

Mais denúncias

A queda de Erenice foi provocada porque aumentaram as denúncias contra a ex-ministra depois de reportagem publicada, no fim de semana pela revista Veja que apontava que o filho da ex-ministra teria cobrado uma "taxa de sucesso" à empresa MTA Linhas Aéreas, interessada em renovar sua concessão junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e fazer negócios com os Correios. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o empresário Rubnei Quicoli afirmou ontem que a Casa Civil é palco de lobby e que a empresa do filho da ex-ministra cobrou 5% da EDRB do Brasil para conseguir um financiamento de R$ 9 bilhões junto ao BNDES. "Foi a maior patifaria o que fizeram. Fizeram terrorismo." O PT prometeu processá-lo.

CI

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