domingo, 26 de setembro de 2010

Bahia tem 186 cidades entre as 500 menos desenvolvidas

Saúde e educação melhoram no estado, mas ainda é preciso mais

Salvador, foto arquivo
 Bruno Menezes

Redação CORREIO
bruno.menezes@redebahia.com.br

Estado da Bahia, 417 municípios. Deles, 186 integram o grupo das 500 piores cidades brasileiras, segundo Índice de Desenvolvimento Municipal medido pela Firjan, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. Mesmo sendo um estado em crescimento - subiu duas posições no ranking - nenhuma cidade baiana está classificada entre as 500 com melhores índices do país.

O índice, que tem como ano base 2007, leva em consideração três vetores na análise: educação, saúde e emprego e renda. A saúde e a geração de emprego contribuíram para que a Bahia melhorasse sua posição frente aos outros estados. No entanto, foi a educação que realmente alavancou o crescimento. Segundo o chefe da Divisão de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês, a Bahia ainda temum desenvolvimento que precisa avançar bastante.

“A Bahia tem longo caminho a ser percorrido, mas está crescendo. A pesquisa mostra que,apesardemoderado, esse crescimento é, de fato, bastante significativo”, explica.

Um dos fatores que levou o pesquisador a essa conclusão é o fato de, mesmo tendo poucos municípios com desenvolvimento moderado, 43% da população está concentrada nesses municípios. “Principalmente porque Salvador está entre eles”, completa. Guilherme acrescenta que, pelo primeiro ano, a Bahia alcançou classificação de desenvolvimento moderado, ou seja, acima de 0,6 pontos. O relatório da pesquisa mostra ainda que a Bahia ganhou duas posições no ranking em função da educação. No entanto, o índice ainda é baixo.

“A educação no estado cresceu 6,9% em relação a 2006. Mas, é o único indicador do estado que ainda se encontra na faixa considerada como desenvolvimento regular, abaixo de 0,6 pontos no somatório geral", diz Guilherme.

A educação na Bahia tem índice de 0,51 pontos, o que é considerado regular (de 0,4 a 0,6). “A educação é a vertente mais fraca do estado da Bahia, porém a que mais avançou em relação à medição anterior”, completa o pesquisador.

E o vetor não alavancou só o crescimento do estado. Em 2007, a parcela de municípios em desenvolvimento moderado aumentou de 14 para 34. Salvador ainda é a cidade que apresenta o maior índice de crescimento, seguida de uma surpresa. Em segundo lugar está a cidade de Pojuca, agora, alavancada por outra vertente: emprego e renda.

“Há também mais duas cidades que se destacam na pesquisa que são Dias D’ávila e Jaguarari. A primeira, em função do pólo petroquímico. A outra, pela atividade intensa de estrativismo mineral”, esclarece Guilherme Mercês.

Mesmo mantendo a média de crescimento abaixo do considerado como regular, a Bahia tem o que comemorar, diz o pesquisador. “Mesmo com essa defasagem, 82,2% dos municípios baianos evoluíram frente a 2006. O que pode ser uma tendência para os próximos anos”.

Saúde, educação e emprego e renda formam índice

Para chegar ao índice de desenvolvimento municipal, os técnicos da Firjan avaliaram as cidades a partir de três setores: educação, saúde e emprego e renda. Em cada uma delas, vários índices e indicativos foram somados para chegar ao índice.

Em educação, por exemplo, foram verificadas a taxa de matrícula na educação infantil, a taxa de abandono escolar, a taxa de distorção idade-série, percentual de docentes no ensino superior, a média de horas aula diárias e o resultado do Ideb - o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.

Já em saúde, as variáveis foram formadas pelo número de consultas pré-natal, mortes infantis por causas evitáveis e mortes por causas mal-definidas. Por último, em emprego e renda, fizeram parte da análise a geração de emprego formal, o estoque de emprego formal e os salários médios do emprego formal gerado em cada uma das cidades. As três esferas possuem peso igual no cálculo para a determinação do índice de desenvolvimento dos municípios brasileiros.

O índice varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento da localidade. O índice se diferencia também por permitir que o avaliador perceba se o crescimento foi em decorrência de políticas aplicadas ou se foi a partir da queda das demais cidades.

OS 10 MELHORES:  SALVADOR, POJUCA, MADRE DE DEUS, CAMAÇARI, SIMÕES FILHO, VITÓRIA DA CONQUISTA, MUCURI, DIAS D‘ÁVILA, JAGUARARI e FEIRA DE SANTANA.

OS 10 PIORES: BOM JESUS DA SERRA, MACURURÉ, CASA NOVA. JUCURUÇU, SANTA BRÍGIDA, ARACI, MORPARÁ, LAJEDINHO, SANTA LUZIA e LAMARÃO



Santa Luzia, foto arqueivo
 Outro dado a ser comemorado pelos baianos é a redução de 41 (2006) para dez (2007) municípios com taxa de baixo desenvolvimento. Na lista, Bom Jesus da Serra, Macururé, Casanova, Jucuruçu, Santa Brígida, Araci, Morpará, Lajedim, Santa Luzia e Lamarão, último colocado. Já a lista das dez cidades mais desenvolvidas é lideradas pela capital baiana, Salvador, que cresceu 1% em relação a 2006.

A lista é composta ainda por Pojuca, Madre de Deus, Camaçari, Simões Filho, Vitória da Conquista, Mucuri, Dias D’ávila, Jaguarari e, por último, Feira de Santana. Para Guilherme, a situação de Feira de Santana ainda pode ser considerada boa, já que permanece entre os dez maiores. “Não significa que a cidade tenha deixado de crescer. Mas, outras tiveram uma arrancada superior”, diz.

As atividades com petróleo e extração mineral são as principais responsáveis pelo bom índice de emprego e renda no estado, marcando 0,86 pontos, acima dos 0,6 considerado como crescimento moderado. Dos 417 municípios, apenas oito não apresentaram crescimento nos três vetores analisados. Araci, Cravolândia, Feira de Santana, Itiruçu, Jitaúna, Manoel Vitorino, Pé de serra e Ubatã tiveram queda comparando com 2006.

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