Além de lamentar a perda da gestão plena dos recursos da saúde para o Estado, que assumiu há 20 meses o atendimento de alta e média complexidade, o prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo, discorda da forma como a proposta de estadualização do Hospital de Base vem sendo discutida.
Para o prefeito, essa é uma proposta que tem de ser avaliada com critério e não pode ser imposta de cima para baixo, “até porque fui eleito pelo povo, com quem temos de discutir de forma transparente as alternativas para a sustentação do Hospital de Base”.
Azevedo lembra que Itabuna além de ser um pólo regional de saúde, dispõe de uma excelente infraestrutura de atendimento o que atrai pacientes de outras regiões do estado: “O problema do Hospital de Base não é de gestão, mas financeiro, até porque a remuneração do SUS, que foi congelada há três anos, não atende aos custos dos serviços, gerando prejuízos”.
Ressalta ainda o prefeito que está sempre aberto para um debate amplo com a sociedade e o governo do estado, mas tendo como foco maior os interesses e o bem estar da população itabunense . para o Capitão Azevedo uma prioridade seria a retomada da gestão plena que implicou na perda da autonomia financeira do município e no agravamento dos problemas enfrentados pelo Hospital de Base.
Um outro ponto importante segundo Azevedo, é que mesmo sem a gestão dos recursos da saúde, município mantém o custeio das contas de água, energia e telefonia do Hospital de Base: “O nosso problema é a falta de recursos, o que é agravado pela concentração de 60% das receitas para a União, restando 25% para o estado e apenas 15% para as prefeituras municipais”.
Capitão Azevedo reconhece as dificuldades por que passa o HdB, mas lembra que os hospitais da Santa Casa também enfrentam problemas. Sendo assim, ele teoriza que a proposta de estadualização também seja estendida àqueles hospitais.
O secretário municipal da saúde, Antônio Vieira, considera que Itabuna vive um momento difícil e necessita de ajuda para tomar novos rumos para a superação das limitações financeiras, uma questão que tem de ser discutida com transparência e seriedade: “O Hospital de Base funciona com portas abertas e sobrevive apenas com recursos do SUS, que há três anos não são corrigidos”.
Lembrando que em 2007 o estado se ofereceu para estadualizar o Hospital de Base mediante o repasse de R$ 1,8 milhões pelo município para a sua manutenção, o presidente da Fundação de Assistência à Saúde de Itabuna (Fasi), Antônio Costa explica que hoje, o governo estadual repassa somente R$ 1,5 milhões para a manutenção do HBLEM.
Costa ressalta ainda que o hospital foi construído há 11 anos e que em função da carência crônica de recursos não tem podido investir em novos equipamentos – está sem um tomógrafo há um ano – e nem na manutenção. Para ele, o ideal para a sua sustentação seria o aporte mensal de R$ 2,5 milhões.
Texto: Kleber Torres Fotos: 19-08-2010
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Itabuna rejeita proposta para estadualização do Hospital de Base
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