sexta-feira, 28 de maio de 2010

Santa Casa de Itabuna é esperança para pacientes cardíacos



Gilson Ribeiro de Santana, morador de Ilhéus, é um dos quatro primeiros pacientes cardiopatas operados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Santa Casa de Misericórdia de Itabuna. Aos 55 anos, uma forte dor no peito anunciou o que se descobriria com exames realizados dentro da própria instituição a obstrução de 60% das veias que alimentam o coração, pré-diagnóstico de urgência para a cirurgia cardíaca. Após cinco dias da realização da cirurgia, com duas pontes de safenas e uma mamária, Gilson recebeu alta nesta sexta-feira (28) e já se declara um novo homem.


Como ocorreu com Gilson Ribeiro de Santana, outros tantos pacientes com problemas cardíacos já podem ter esperança de tratamento e cura aqui mesmo na região. Com a recente habilitação da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna para realização de cirurgias cardíacas pelo SUS, a instituição enfim pode atender no Serviço de Alta Complexidade em Cardiologia também pacientes do SUS. “Há mais de dois anos já estávamos atendendo e operando pacientes conveniado e particular, aguardando este momento que o Estado abrisse o credenciamento também para o SUS”, declarou o chefe do Serviço de Cardiologia da SCMI, Décio Cardoso.


Agropecuarista aposentado, recentemente trabalhando na gerência de estabelecimentos como o Bataclan e o Vesúvio, Gilson Santana voltou para Ilhéus nesta sexta-feira com a convicção de que a qualificação da saúde pública é o primeiro passo para o desenvolvimento da região. “Nunca imaginava que poderia ser operado aqui na região, fiquei muito feliz em realizar minha cirurgia na Santa Casa. Os governantes têm que olhar com mais carinho para a saúde e só tenho a agradecer a todos que colaboraram para que eu voltasse a viver”, definiu Gilson.

Problemas em vista

Apesar dos avanços, uma redução no teto orçamentário aprovado para a Santa Casa de Itabuna revela um estrangulamento do serviço, antes mesmo de sua completa operacionalização. Apesar de ter requerido o protocolo mínimo, com previsão de R$350 mil mensal, somente foi autorizado o custeio de procedimentos até R$150 mil. “De acordo com o próprio Ministério da Saúde, um Serviço de Cirurgia Cardíaca inicialmente credenciado deve realizar um mínimo de 15 cirurgias por mês, enquanto para nós somente foram liberadas quatro operações a cada 30 dias”, relatou Décio Cardoso.


Com uma fila real de 800 pacientes cardiopatas na região para a qual Itabuna é referência para alta complexidade, a única alternativa observada pelo chefe do Serviço de Cirurgia Cardíaca da Santa Casa de Itabuna é realizar a triagem de urgência. “Estou atendendo no ambulatório, mas as cirurgias agendadas vão sempre ser adiadas para operação dos casos de urgência, que, aliás, chegam a todo instante, seja pela porta de entrada do Pronto Socorro do Hospital São Lucas, seja de pacientes transferidos de outras cidades”, relatou Décio Cardoso.


Ainda de acordo com o médico e cirurgião cardíaco, Décio Cardoso, a única alternativa é aumentar os recursos, ou mesmo iniciar processo similar ao que hoje ocorre em Salvador, que são os Mutirões de Cirurgia Cardíaca. “Enquanto isso, continuamos atendendo no Ambulatório de Cirurgias cardíacas referenciado, com atendimento no Hospital Manoel Novaes, onde realizamos também os pré e pós operatórios e aguardando a sensibilização da Sesab para a situação precária que a região vive nesta área”, declarou Décio Cardoso.
Por-Jack Simões

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